Islândia

Recentemente citamos 5 destinos para serem aproveitados no clima de inverno (embora todos eles reservam gratas surpresas em todas as estações do ano). Hoje vou falar um pouco mais do primeiro destino que citamos que é a Islândia, ou Iceland em inglês.

Localizada perto do Polo Norte, está entre os mais cobiçados e famosos destinos gélidos por ser palco da famosa Aurora Boreal. Ela acontece entre os meses de setembro e abril, tendo seu auge em janeiro e fevereiro. Destino único e de lugares imperdíveis, que reserva muito mais do que a Aurora Boreal. Dá para arriscar a dizer que este fenômeno da natureza é apenas uma das grandes atrações! Conheça mais sobre os encantos deste país. 

COMO CHEGAR:

O principal aeroporto da Islândia é o de Keflavik, 40 quilômetros a sudoeste de Reykjavik, a capital. Diversas companhias europeias possuem voos para lá como a Iceland Air, EasyJet, Norwegian, entre outras. De Londres são pouco mais de 3 horas de viagem, de Oslo na Noruega são 2,40h.  

COMO SE LOCOMOVER:

• O recomendado é alugar carro para poder aproveitar melhor o país, mas saiba que a direção ali não é das mais fáceis em função do clima. Para cada região pode haver a necessidade de um carro diferente. No inverno venta muito portanto tem que haver muito cuidado.

IMPORTANTE: Não saia do hotel sem consultar as condições das estradas porque muitas delas podem estar fechadas e você perder o passeio. Em se tratando de um país glacial, isso é altamente recomendável. O site oficial é: www.road.is

• A partir de Reykjavik, há algumas operadoras que organizam um passeio de um dia chamado Golden Circle, que passa por atrações obrigatórias como o Thingvallier, a cachoeria Gulfoss e o Geysir.
• Outra forma de chegar ponto a ponto é usando aviões, o meio de transporte com linhas mais regulares.

POLÍCIA E ACOMPANHAMENTO DE VIAGEM: Vou falar um pouco sobre o país mais abaixo, mas ele é tão organizado que se você for viajar por lá, existe um aplicativo da polícia onde poderá informar o roteiro que fará, quando começará e terminará sua viagem e eles te acompanham virtualmente. Caso você venha a ter qualquer problema, poderá entrar em contato com eles para que tomem as devidas providências. Um sonho não?

QUANDO IR:

Pela localização, já dá para imaginar que faz frio o ano todo, inclusive no verão, certo?

Se você prefere climas mais amenos, procure o país no verão, se não se importa com o frio, qualquer época do ano terá gratas surpresas. Islândia no inverno é um país, no verão é completamente outro em termos de paisagens. Se procura presenciar a Aurora Boreal, a melhor época é entre setembro e abril, tendo seu auge em janeiro e fevereiro, lembrando que esses são os meses mais frios.

A época alta vai de meados de junho a agosto. Se você quer conhecer o “Sol da Meia Noite” e participar do famoso festival de verão, a época certa é junho, mas consulte as datas de cada. Para ver as baleias, também é necessário ir no verão, portanto a definição da melhor época dependerá do foco da sua viagem.

O clima é bastante imprevisível, inclusive ao longo do dia. Um dia ensolarado pode se transformar em questão de horas, num dia frio e chuvoso. A precipitação é persistente ao longo do ano, e de setembro a maio transformam-se em neve. As áreas com atividade geotermal mais intensa são as mais amenas, obviamente.

QUANTOS DIAS FICAR:

No mínimo 4 dias completos

SOBRE A ISLÂNDIA (OU ICELAND):

A Islândia é conhecida pelas geleiras, fiordes (penetrações do mar sobre antigos vales glaciais da costa), vulcões e gêiseres (fontes termais que lançam água ou vapor em intervalos de tempo regulares) que embelezam as paisagens.

O país é economicamente desenvolvido, a população, que gira em torno de 360 mil habitantes, desfruta de alto padrão de vida. Não há diferenças socioeconômicas, há escolas de qualidade para todos, um país igualitário onde não há crimes nem possui exército. Segundo a ONU, é o sexto país mais desenvolvido do mundo e ocupa o primeiro lugar no Índice de Paz Global.

O idioma oficial é o islandês, e a moeda é a coroa islandesa.

Para explicar um pouco deste país ou sobre como organizar um roteiro, adianto que o itinerário a ser escolhido dependerá da quantidade de dias que você pretende ficar. Um dos passeios mais conhecido e famoso fica no Sudeste do país, o Golden Circle (círculo dourado). Ele começa e termina na capital Reykjavik (ou Reiquiavique), passando pelo Parque Nacional de Thingvelljr, pela queda d’água de Gulfoss e pelo vale com atividade geotérmica de Haukadalur, num percurso de aproximadamente 300 km. Para quem tem pouco tempo, este é o roteiro ideal, que oferece uma vastidão de cenários naturais. São muitas cachoeiras e quedas de água, gêiseres, glaciares, águas quentes termais e ainda pitorescas aldeias. É possível estender esse roteiro passando por outros lugares incríveis.

Para quem tem mais tempo, é possível percorrer a Islândia através da Ring Road, uma estrada circular que te permite contornar o país todo, de norte a sul, visitando lugares impressionantes. Veja no mapa abaixo:

Embora a região norte não seja tão explorada, ela não é menos interessante que a região sul.

Das coisas imperdíveis na Islândia, uma delas são as cachoeiras, mas entenda, não são cachoeiras para você se banhar, até porque dá para congelar, mas são lugares incrivelmente lindos para serem desfrutados. Uma das mais lindas e mais potentes cachoeiras é a Godafoss que fica no Norte. A mais clássica é a Gulfoss que faz parte do circuito mais popular.

DICA: Devo alertar que planejamento é tudo para a Islândia. Há cidades que se você não efetuar reserva com antecedência, corre o risco de não ter onde dormir por serem cidades pitorescas com 2 ou 3 hotéis no máximo.

ROTEIRO

No roteiro Golden Circle, você pode começar sua viagem pela capital, conhecer suas atrações, que inclui a bela catedral e depois seguir para as demais cidades e regiões. A capital concentra cerca de 80% da população do país, os demais lugares são praticamente desérticos.

E para quem gosta de viajar além da natureza, a capital da Islândia tem um festival anual de música que ocorre no verão, quando acontece o fenômeno do Sol da Meia Noite, onde o Sol pode ser visto 24h por dia. O Secret Solstice, nome do festival, dura três dias em junho e o Sol nunca se põe. Além do palco principal, é possível se banhar nas piscinas termais, passear de barco e até festejar dentro de um glacial.

EM REYKJAVIK, ONDE SE HOSPEDAR?

• Icelandair Hotel Reykjavik Marina
• Icelandair Hotel Reykjavik Natura
• Storm Hotel by Keahotels
• Reykjavik Residence Hotel
• Midgardur by Center Hotels

EM REYKJAVIK, ONDE COMER?

• Para uma refeição rápida, o Café Paris é um ótimo local, de onde poderá observar a vida da cidade.
• Se quiser um jantar mais composto, vá ao famoso restaurante de peixes e mariscos, Við Tjörnina (que significa “Junto à Lagoa”). Ele está localizado no interior do edifício da Câmara Municipal de Reiquiavique.
• Outro maravilhoso é o reservatório Perlan, que no topo do restaurante poderá ver toda a cidade, com todo tipo de comida, inclusive vegana e vegetariana.

No roteiro mais tradicional, os pontos imperdíveis são:

1. O Parque Nacional Thingvellir (Þingvellir em islandês) fica apenas a 45 minutos de Reykjavik. Trata-se de um dos locais mais visitados da Islândia que surpreende pela beleza natural: antigas montanhas, campos de magma resfriado, vulcões, cachoeiras e o maior lago natural da Islândia, o Þingvallavatn – onde corre lava quente. O parque está localizado entre duas placas tectônicas, uma na Europa e outra na América, que que cria grandes paredões que trazem paisagens arrebatadoras. Essas placas continuamente se separam, criando fendas e uma paisagem exuberante. É possível até mesmo mergulhar entre as placas tectônicas ou fazer flutuação. Há preparo adequado de roupas, mas não deixa de ser congelante, entretanto sem dúvidas uma experiência única.

No parque há diversas trilhas, áreas para acampamento e para quem gosta, de maio a metade de setembro, é possível praticar pesca esportiva.

2. O parque geotermal Haukadalur, localizado 60km do Thingvellir National Park, se encontram os dois maiores gêisers de Haukadalur: o Strokkur e o Geysir. O géiser Strokkur entra em atividade a cada 4 a 8 minutos, atingindo uma altura que ultrapassa muitas vezes os 40 metros. Visite também o Geysir Center, onde conhecerá um pouco mais sobre este fenómeno geológico.

3. A Gullfoss, conhecida como cachoeira de ouro, é a maior cachoeira da Europa, com 70 metros e uma altura de 32 metros, sendo alimentada pelas águas do degelo provenientes do glaciar Langjökull. Os acessos oferecem a possibilidade de chegar muito perto das quedas de água e admirar toda a força da natureza. Mas aí vale A DICA: leve roupa própria, impermeável, capa de chuva adequada e uma troca. Calçados adequados para chão escorregadio são imprescindíveis. O ideal são botinas próprias.

4. No caminho, há o Reykjadalur Valley, uma área geotermal ativa, com muitas atividades, caminhadas, passeios a cavalo e claro, diversas piscinas naturais aquecidas.

DICA DE HOSPEDAGEM: Se quiser uma experiência diferente, aproveite para se hospedar no Frost and Fire Hotel em Hveragerdi, que fica perto de Selfoss.

5. Mais ao sul, encontramos outras duas impressionantes cachoeiras: a Seljalandsfoss e a Skogafoss. O que distingue a Seljalandsfoss de outras quedas de água é o caminho circular que passa por trás da queda, e que no Verão os visitantes podem facilmente percorrer. Vá equipado com calçado adequado para o chão escorregadio, e prepare-se para ficar molhado. Já a Slogafoss surpreende pela força da queda d’água e largura.

6. Na extremidade do sul da Islândia está Vik í Myrdal, uma região incrível. Lá encontra-se uma das paisagens mais únicas e diferentes da Islândia. Trata-se de um vilarejo com cerca de 300 habitantes e as principais atrações são o terreno vulcânico, praias de areia completamente negra e a vista para o oceano que o cerca. Uma das praias mais conhecidas a Reynisfjara, rodeada por impressionantes colunas de basalto e caverna.

Pode ser um excelente local para e hospedar, mas fique atento porque a opção de hospedagem é bem restrita.

EM VÍK, ONDE SE HOSPEDAR?

Por ser uma região com poucos habitantes, a hotelaria não é o forte. Algumas das poucas opções são:  Hotel Kría, Volcano Hotel, Iceland Hotel Vík, Hotel Vík y Mírdal

EM VÍK, ONDE COMER?

Sendo um destino relativamente turístico, Vik oferece diversas opções. Os restaurantes Strondin, Sudur Vik e Halldorskaffi são boas escolhas, onde poderá provar pratos típicos como o cordeiro ou a truta do Árctico, mas há outras alternativas tanto de restaurantes como de tipos de comida.

7. Não dá para deixar de incluir na sua rota Jökulsárlón, Skaftafel e Hnappavellir. OJökulsárlón é o maior lago glacial da Islândia, com vários icebergs desprendidos na água, localizado no Parque Nacional de Vatnajökull. É possível fazer um passeio de barco pelas geleiras, em um veículo anfíbio, onde você consegue chegar bem perto dos icebergs. Há esculturas de gelo, a areia preta da região, um lugar único no mundo. Junto com o lago, há a possibilidade de caminhar pelas geleiras de Skaftafell, um grande parque nacional no pé da maior geleira da Europa, onde pode-se fazer trilhas e treekings. As visões são avassaladoras e os cenários naturais arrebatadores: icebergues que flutuam em direção ao mar e campos de lava que mais parecem um território lunar. Lá é o local onde foi filmado o conhecido “Games of Trones”.

ONDE SE HOSPEDAR NAS REDONDEZAS DE SKAFTAFELL?

• A hospedagem não é ampla e o que recomendamos sem erro é o  Fosshotel Glacier Lagoon, uma das melhores opções próximos a Svartifoss, do Glacier Lagoon e da Praia de Icebergs. Altamente recomendado! Fica em Hnappavellir, a 27km do Parque Nacional de Skaftafell e a 29km do Jökulsárlón Glacier Lagoon, duas das mais espetaculares atrações naturais do sul da Islândia. Hotel onde a atriz Angelina Jolie se hospedou durante as filmagens de Tomb Raider. Ele éstá rodeado por uma paisagem deslumbrante de montanhas e oceano. Tratando-se do único edifício existente no local, se quiser comer terá de ser no restaurante do hotel.

8. Outra atração do Golden Circle é Kerid, um lago formado em uma cratera vulcânica formado há mais de 6 mil anos é mais um local para ser conhecido. Leva somente 5 minutos de caminhada e vale a pena. A cor da água contrastando com o cenário geral é belíssimo! Ele está localizado em Selfoss, a 50 km da capital

ONDE COMER EM SELFOSS:

• Uma dica da região é conhecer e aproveitar o restaurante Fridheimar, que impõe uma atmosfera única. Está localizado dentro de uma estufa de tomates e um haras, onde basicamente tudo é feito com tomate, ou seja, comidas, drinques etc. Uma experiência altamente recomendada.

9. Se quiser finalizar a viagem com algo realmente relaxante (e aqui indicamos realmente deixá-la para o final de uma viagem intensa), não deixe de aproveitar a famosa Lagoa Azul, a conhecida Blue Lagoon. Embora haja outras bem interessantes ao redor do país, inclusive ao norte, esta é emblemática. Ela está entre os lugares mais visitados na Islândia. Ela é um spa geotérmico que está localizado em um campo de lava do país com águas em torno de 38 graus, o que é ótimo para contrastar com o frio do país. Suas modernas instalações incluem um completo spa, hotel e o famoso restaurante Lava. Tudo muito bonito funcional e elegante. Toda água da lagoa é trocada a cada dois dias, não por estar suja ou verde como ficam as piscinas, mas sim porque ela fica muito sobrecarregada de silíca, um mineral que se acredita ter efeitos terapêuticos para a pele.

Caso você não queira entrar no SPA, a área ao redor da lagoa é bem bonita. Uma azul incrível em contraste com a terra preta e o verde do musgo. Vale muitas fotos.

• DICA: Compre o ticket com antecedência, pois os preços podem variar de acordo com data e horário, a atração é bastante concorrida e existe um limite máximo de pessoas por período.

SOBRE MAIS ROTEIROS

• Falei neste texto sobre as atrações do Golden Circle, o circuite mais procurado na Islândia, entretanto este país é repleto de circuitos impressionantes e se você tiver mais tempo, aposte neles. Você poderá optar pelo Circuito dos Fiordes do Oeste, bem menos turístico, indicado aos amantes da natureza, de caminhadas, deo silêncio e isolamento. É também uma das melhores regiões mais importantes para observação de aves.

• O Norte da Islândia também tem os seus encantos e todos os anos recebe milhares de visitantes. A principal atração é o lago Myvatn Nature Bath. Não é tão cheio como a Blue Lagoon nem outros lugares, é bem local, com pessoas da região e faz parte do chamado Círculo de Diamante ou Diamond Circle, que inclui a localidade de Húsavík, conhecida por ser a capital européia de observação de baleias, o desfiladeiro de Ásbyrgi, e a queda de água de Dettifoss.

• Os fiordes de leste Islândia (Austurland) são talvez menos vistosos do que os do oeste, mas estão rodeados de paisagens surpreendentes. Esta região caracteriza-se por pequenas aldeias, uma impressionante linha de costa, fiordes estreitos, quedas de águas e montanhas. Há muita coisa para ser visitada, portanto, se tiver tempo, não perca a oportunidade.